Grammy se tornou palco da diversidade cultural em 2019

Ricky Martin, Camila Cabello e Ricky Martin em apresentação no Grammy
Foto: Getty Images 

"Construa pontes, não muros", dizia jornal exibido em performance na premiação, uma referência ao muro que Trump declarou desejar construir na fronteira com o México

Por: Ana Claudia Bahia

Los Angeles, cidade americana repleta de latinos, deu espaço para o Grammy no último domingo (10), a bagagem cultural do local se encaixa perfeitamente no começo da premiação americana com performance de uma cubana que exaltou a cultura latina e sua música. 
Com os Estados Unidos em um governo de Donald Trump e seu discurso misógino, contra os latinos e negros, a maior premiação musical, que é realizada em solo americano, foi aberta por Camila Cabello e seu smash hit "Havana" em apresentação completada pelo colombiano J. Balvin e o porto-riquenho Ricky Martín. 
"Havana" leva o nome da capital cubana, Camila reproduziu no palco um Solar Habanero, uma espécie de locais de moradia em Havana, homenagem a juventude da avó da cantora. Cantou o maior sucesso de sua carreira até então em um cenário bem latino, com participação do rapper Young Thug, do saxofonista Arturo Sandoval e completou cantando "Pégate" com Ricky Martin e "Mi Gente" com J Balvin. 
"Construa pontes, não muros" dizia o jornal que J Balvin segurava durante a apresentação, uma alusão à ideia de Trump de construir um muro na fronteira com o México e barrar a entrada dos latinos do país. 
Sucesso estrondoso, Havana foi a melhor escolha para Camila Cabello se apresentar no Grammy, já que o foi o carro-chefe do álbum Camila, que teve sua era encerrada na premiação. A cantora apresentou a música em diversas premiações conseguindo sempre trazer conceitos e visuais diferentes. Lele Pons e LeJuan James, que participaram do videoclipe da música estiveram na apresentação.

Childish Gambino em clipe de This is America
Foto: Reprodução

E a diversidade cultural apresentada no Grammy não parou por aí, Alicia Keys fez as honras da noite sendo apresentadora, uma mulher negra, há 14 anos uma mulher não apresentava a premiação. Michelle Obama, ex-primeira dama dos Estados Unidos, discursou durante a noite e foi ovacionada pelo público.
"This is America" do rapper Childish Gambino, música que crítica a forma com os negros são tratados no país ganhou uma das principais categorias, "Música do Ano", nunca conquistada por uma música rap antes. "This is America" aponta os problemas raciais e racismo nos Estados Unidos. 
A Academia tem como marca em sua história ignorar rappers em categorias principais, Childish não compareceu a cerimónia assim como Kendrick Lamar. Os dois e Drake (que compareceu a premiação) se recusaram a se aprensentar no Grammy desse ano. 
Para completar a celebração a diversidade da noite a rapper Cardi B. foi a primeira mulher a ganhar o Grammy de Melhor Álbum de Rap pelo seu "Invasion of Privacy". 


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